quinta-feira, 14 de julho de 2011

A Arte do Cabeceio e a Alegria que Vem do Alto

Uma bola vinda da linha de fundo, uma falta no bico da área, um escanteio, quem sabe. Ele sobe, mais alto que todos, e faz a alegria da galera. Quem? O centroavante. Essa figura que tem a missão de destrancar o cadeado pra que soltemos o grito de gol preso na garganta, popularmente conhecido como “o matador”, o “terror da grande área”.
Hoje em dia, o futebol cresceu muito no assunto força física. E a marcação, por esse motivo, fica cada vez mais forte, dificultando as jogadas pelo chão. Dificuldade de criação de jogada significa dificuldade de marcar gol. A não ser que uma brecha do zagueiro, ou um frango do goleiro façam o serviço sujo.
Ficamos acostumados a ver muitos gols de falta, criados por jogadores habilidosos e batida por poucos detentores desse talento. Gols de fora da área, graças a chutes potentes, etc. Mas não adianta, a maior fonte de gols do futebol de nosso cotidiano é a bola aérea. E aí, acabamos voltando ao início do texto.
Mobiliza-se um “esquadrão de apoio”, composto por laterais, meias e atacantes, para o abastecimento de bolas ao cara que fica, muitas vezes, solitário entre os zagueiros adversários. Ele se posiciona, chama a atenção, foge dos zagueiros, tudo pra poder receber uma só bola em condições de confirmar sua “função na carteira de trabalho”: marcar gols. O camisa nove, normalmente, é um cara sem tanta técnica, alto, desengonçado em alguns tipos, como nosso lendário artilheiro Jardel, um dos melhores do assunto, ao lado do alemão Klinsmann, Leivinha, entre outros.
Assisti Grêmio x Coritiba no domingo, e, ao ver o gol de Gilberto Silva (que não é centroavante), um TIRO, diga-se de passagem, pensei nesse fato como motivação pra esse texto: não se faz centroavante cabeceador no futebol brasileiro. Prova disso é que gols de cabeça, atualmente, são marcados por zagueiros, como Lúcio (Internazionale), Réver (hoje no Galo, ex- Grêmio), Índio (Inter), só pra ficar na nossa aldeia. Nem mesmo Ronaldo e Romário, grandes matadores, eram bons cabeceadores. E nas categorias de base, fato que me preocupa em termos de Grêmio, também não se revelam atletas com esse talento.
Fica a dica a você, garoto de boa estatura das categorias de base, ou até mesmo você, profissional que ganha um bom salário no seu clube. Aprimore esse fundamento, treine muito, e exija que seu time tenha bons cruzadores. Afinal, cabeceio é, sim, uma arte. E toda arte deve ser valorizada e aprimorada, pra que não caia no esquecimento.

                                                                                          Por @MaUrInHoDuTrA

            

Nenhum comentário: