segunda-feira, 18 de julho de 2011

A Pressão da Marca da Cal

Minutos finais da decisão, seja ela de título ou classificação para a fase seguinte. Corações na arquibancada começam a ficar atônitos. Unhas sendo roídas, os “técnicos da arquibancada” começam a debater qual seria a melhor lista, aguardando que o treinador divulgue a lista oficial.
Começam as dúvidas. Esse treinou melhor, aquele tá cansado. E assim por diante. Entram as teses banais de toda decisão que vai acabar nos pênaltis. Loteria? Sorte? Competência? Ou todas as teorias cabem no momento?
Mas, voltando ao início, veja alguns exemplos recentes de como é curioso o momento que vai da escolha do treinador até a hora em que todos os olhos do estádio se voltam para 03 pessoas: o batedor, o goleiro e o árbitro:
Exemplo 01: O ano era 2007, decisão das quartas-de-finais da Copa Libertadores. O confronto: Grêmio x Defensor (URU). Você lembra quem foi o 4º cobrador escolhido por Mano Menezes? Ah, não? Foi Ramon, meia-atacante, desafeto do torcedor. Na visão do torcedor, seria o último (entre todos os 11). Eis que vem a cobrança, e Ramon converte de forma perfeita, alto e no ângulo. Vitória gremista e passaporte carimbado para encarar o Peixe na Semifinal.
Exemplo 02: Esse, mais recente. Final da taça Farroupilha, 2º turno do Gauchão. Gre-Nal no Estádio Beira-Rio. Um clássico eletrizante, diga-se de passagem. Com direito a empate do Grêmio no último minuto com gol do Jr. Viçosa. Começa a decisão, Renato escolhe Borges para abrir a série. Centroavante, acostumado a fazer gols, seria gol na certa. Mas Borges executa uma cobrança péssima. Alto como um tiro de meta, críticas de todo o lado. No final, o Grêmio perderia o título.
Dentro do Exemplo 02, um momento controverso. Na grande final do Gauchão, que reuniu o Grêmio campeão do 1º turno contra o Inter, campeão do segundo, Renato escala Adilson para bater, na série de cobranças alternadas. O Guri de Bom Princípio nunca teve como maior vocação o chute, tendo feito apenas um gol com a camisa do Grêmio. Mas foi para a bola com o apoio da Hinchada Gremista, pois sempre “deixou a alma em campo” pelo Grêmio. Resultado: Adilson bateu, a bola chegou à meia-altura, da forma mais fácil para que o goleiro faça a defesa. Renan pegou. E, na cobrança seguinte, Zé Roberto deu o título aos colorados.
Exemplo 03: Aí é que vem o momento em que quero instigar seu pensamento, caro leitor deste espaço. Brasil x Paraguai pela Copa América. Todos, isso mesmo, todos os pênaltis brasileiros desperdiçados. Elano, destaque do time do Santos na Libertadores. Thiago Silva, o substituto do grande zagueiro Paolo Maldini no Milan. André Santos, homem de confiança de Mano Menezes desde a passagem vitoriosa pelo Corinthians. E Fred, centroavante do Fluminense, homem cuja profissão é: “fazedor de gols”, assim como Borges. Ah, o argentino Tévez também passou por isso, no jogo de sábado contra o Uruguai.
Concluindo minha teoria... Não se pode avaliar a cobrança de um jogador pela sua posição, pelo seu status com a torcida, ou com o técnico. O melhor a se fazer, é analisar seu histórico em conjunto com seu momento no jogo. Ele pode ser “o cara” e perder o pênalti, como Borges e Fred. Pode ser o “jogador-torcedor”, como Adilson. Ter sorte, como Ramon. Ou competência, como Elano, Thiago Silva e André Santos. Não é nenhum desses fatores que vai fazer com que ele converta automaticamente sua cobrança. Até porque, se fosse simples, não teria o goleiro, ou daria-se gol diretamente.

Por @

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